À primeira vista, pouco mudou com as eleições da Madeira. Alberto João Mugabe Jardim ganhou com maioria absoluta de deputados – 25 para 22 de todos os partidos da oposição juntos. Desceu percentualmente em votos e perdeu a maioria absoluta em termos de votantes, mas isso é indiferente na prática. O que interessa é a composição na Assembleia Regional.
Tal como previsto, no próprio dia das eleições, conhecido o resultado, alterou o discurso. Antes dizia que não mudaria nada na Madeira – não ia despedir pessoal, não ia baixar salários, não ia diminuir os investimentos. No discurso da vitória já diz que o povo madeirense não pode pagar mais do que o povo do continente. Os partidos que perderam também dizem o mesmo.
Portanto a próxima luta do Mugabe vai ser para que as restrições sejam iguais às dos cubanos, apesar de os 200 mil madeirenses terem recebido mais regalias do que os 10 milhões de continentais.
O grande teste vai ser a discussão de quem paga quanto.
Assim, à segunda vista, também pouco mudou; vamos continuar a ter a presença constante de Jardim nos noticiários, a mandar as habituais bojardas para diminuir as perdas ao máximo.
Quem disse que é o fim de uma era, está enganado. A era Mugabe Jardim só acaba quando o homem desaparecer. E isso não irá acontecer nos próximos anos.
Habituem-se.