Sexta-feira, 20 de Janeiro de 2006
Então e as presidenciais? Bom, já que estamos tão próximos e não faço tenções de voltar a falar no assunto de domingo - não há nada mais a dizer – aqui vai a minha intenção de voto: Manuel Alegre. Já disse antes, em 4 e 5 deste mês, a minha opinião sobre os candidatos. Não que ache Alegre grande espingarda; mas não gostaria de ver na presidência nem o “economicismo” direitista de Cavaco, nem o paternalismo populista de Soares. O passado deles é passado, não vem para o caso. É o que dizem agora e que o projectam para o futuro é que conta, e nem uma coisa nem outra são convincentes, por razões quase opostas. Os meus amigos já decidiram em quem vão votar, todos têm as suas boas razões, e nem tive vontade de argumentar com eles. Cada um é livre de escolher como quiser; mas é essencial não esperar da presidência mais do que ela pode fazer, dentro das suas competências constitucionais. É por isso que prefiro Alegre: tem as boas ideias gerais que um Presidente deve ter (e que os seus poderes permitem), tem a pose e o tom de voz que ficam bem em Belém, e não nos vai envergonhar com os estrangeiros quando fizer ou receber visitas de Estado. Salvadores para nos moer o juízo, já tivemos que cheguem. Precisamos que o Governo faça, e que o Presidente presida, olimpicamente — um poeta serve muito bem.