Pois é, long time no see. E não tenho nada a dizer sobre isso. Não me apeteceu, pronto. Uma alminha também precisa de descansar a sua constante atenção sobre o mundo e recolher a penates para encontrar a paz interior e recarregar as baterias.
Mas então, ligo a televisão no canal 48 e... surpresa, a Al Jazeera em inglês! É pá, os imbecis da telecabo (não lhes perdoo terem substituido a Globo por aquele canal evangelista piroso) "aceitaram" o canal maldito que, segundo as notícias, nenhuma operadora de cabo norte-americana quer ter. Então, toca de ver os politicamente incorrectos.
Afinal, não é bem assim. Do ponto de vista formal, copiaram a BBC (e até lhe roubaram alguns repórteres), o que se compreende, porque a BBC é um padrão invejável para qualquer tv. Ainda na área visual, têm ligeiramente menos sofisticação do que as tvs mais modernosas (parece que a tecnologia dessas é israelita), mas quem precisa de tantos fade-ins e fade-outs, difusés e pliês? Agora, o conteúdo... É parcial, sim senhor, mas parciais são todas, e é sempre divertido ver uma parcialidade diferente. Mais peças sobre o terceiro mundo, opiniões conservadoras sobre os hábitos ocidentais (as mulheres são atacadas porque provocam os homens com a suas roupas e atitudes) e em geral um certo anti-americanismo. Nada mal, uma vez que as televisões ocidentais são abertamente anti-árabes (menos a BBC, é justo dizer-se). No entanto não se trata do tom; trata-se da escolha de notícias, que nos permite saber coisas que as "nossas" tvs nunca noticiam, ou quase não dão importância. Agora, francamente, não sei durante quanto tempo vou achar piada a tais folclores. Esperemos por uma grande crise, e aí talvez valha a pena ver o lado di lá.