Esclareço imediatamente o título: foi o que o Carmona Rodrigues disse sobre Gabriela Seabra. Já tinha Carmona na conta de político nulo, gestor incompetente e pessoa um bocado aparvalhada, não o sabia ignorante no que toca às mulheres (também, nunca tinha pensado nisso). Gabriela Seabra será um exemplo para as mulheres portuguesas, ricas e pobres, altas e baixas, velhas e novas - assim para todas, colectivamente - porquê?
Pela honestidade não será, com certeza. Não preciso de esperar pelos resultados da presente investigação que lhe pesa sobre a cabeça: a história do famoso loteamento de Chelas em que ela em poucos minutos deu milhões de contos a uma imobiliária, à vista de toda a gente e sem que ninguém fizesse nada, é suficiente.
Pela beleza e elegância também não será. Sobre isto, o cavalheirismo e o decoro impedem-me de mais comentários. Será esposa dedicada e mãe estremada? Não faço ideia - como não o fazem, nem estão interessados em fazer, as centenas de milhares de munícipes que viam, de boa aberta, esta gaja (primeira e última vez que me verão usar o termo) sem currículo, nem competência, nem vergonha, tomar conta do dia a dia de Lisboa, como uma mulher a dias dedicada dum patrão imbecil que acha que tem uma pérola lá em casa.
Lamentáveis interesses políticos mantêm esta câmara de pé; nenhum partido quer eleições, porque nenhum partido tem candidato que se veja, os cidadãos que se lixem, e a palhaçada arrasta-se sem fim à vista. Eu sei que foram os lisboetas que elejeram Santana Lopes, democraticamente e de livre vontade, mas por quanto tempo terão de pagar por isso?