Segunda-feira, 19 de Março de 2007
Há que tempos que não via o blog. E fiquei surpreendido; a última coisa que escrevi foi em Fevereiro, um mês cuja existência já esqueci completamente. Que se tem passado, então? A mim, pessoalmente, tem-se passado muita coisa, mas no mundo à minha volta — desde a minha rua, que continua atolada de lixo e de obras, até à sistema solar, que ainda não implodiu — parece que não se passa nada. Graças a uma vidinha muito atarefada de bué de trabalho e imenso prazer, consegui finalmente prescindir dos noticiários e mesmo dos documentários - um homem feliz, pode dizer-se. Passo os olhos pelos cabeçalhos da imprensa diária e semanal, e nada vejo que me leve a aprofundar a leitura. Terminou a novela da OPA da Sonae sobre a PT; não termina nunca mais o dramalhão da CML; o Iraque, Palestina, etc. continuam a auto-destruir-se, a China a poluir e a Europa a chorar com a poluição; as eleições em França metem nojo; as reformas nacionais mantêm-se no mais clássico estilo nacional, ou seja, nem andam nem estão paradas; e por aí adiante. Quanto às artes e cultura, também não surgiu nenhum artista mirabolante nem ideia fracturante. A melhor exposição de Lisboa neste momento é a retrospectiva de Columbano no Museu do Chiado, o que dificilmente pode ser considerado surpreendente. No teatro, ocorreram peças da Sarah Adamopulos que devem ser boas (considerando a qualidade literária e a cabecinha extraordinária) mas não fui. Portanto, não tem havido nada de inesperado, ou seja, perplexante. Quanto à minha vida particular, essa sim, repleta de emocionantes episódios, não é para consumo público. Portanto, até um dia destes, quando alguma crise existencial me levar a novas perplexidades