Depois do Governo assinar uma medida, por mais pequena ou pouco abrangente que seja, a igualdade democrática exige que os canais entrevistem rapidamente algumas bocas falantes de todos os partidos com assento parlamentar.
As respostas são curtas e sumárias, os inquiridos sabendo muito bem que têm pouco tempo de antena, e primam pela agressividade. Não há tempo de dizer muito mais do que o slogan do partido para aquela questão em particular, acompanhado pela condenação da medida, normalmente em termos cavalares, para ver se entra bem na cabeça do espectador.
“A medida é uma autêntica machadada na credibilidade da transparência democrática” disse o macaco do CDS.
“Esta alteração parece-nos completamente inapropriada”, uivou a hiena do BE.
“Vamos exigir a presença do ministro para explicações”, escocinhou o gnu do PCP.
“Mais uma prova de que o Governo anda à nora” cacaricou o papagaio do PSD.
Só não grasnou o corvo do PS. Devia estar a rir-se à sucapa.