Fui ver.
Saí antes do fim, coisa que raramente faço.
Conhecia De Lillo desde “Great Jones Street” (1973) e lembro-me de “White Noise” e “Libra” (ambos dos oitentas). Tinha ideia de um escritor muito americano e medianamente complexo. Nada comparado com os diálogos vácuos e pretenciosos deste filme, tipo labirinto para intelectuais, que nada diz e muito pretende.
Cronenberg não é de confiar completamente, mas também não é para desconfiar. Nem desceu no meu rating; um texto destes e uma história tão estúpida, até se safou bem. Tem alguns erros de pormenor, como as mãos de camponesa da vamp Juliette Binoche, mas nada de grave.
Continuo sem saber se Robert Pattinson é bom ou mau actor. Com um papel tão imbecil e irreal, é impossível julgar. Quando ele fizer de pessoa normal num próximo filme – o que é cada vez menos provável – então logo se vê.
Parabens a Paulo Branco: conseguiu um filme internacional com uma produção barata: tudo se passa dentro de uma limousine (provavelmente um cenário de estúdio, para a câmara se movimentar à vontade), algumas cenas de rua e duas ou três locações fáceis.
Dizem que a crítica de Cannes gostou; é a mesma crítica que endeusa Manuel de Oliveira e aqueles diálogos teatrais – aliás o Cosmopolis parece um Manuel de Oliveira futurista.
Lamento, tinha muitas esperanças para este filme. Lamento o tempo que perdi, podia ter ido ver coisa melhor. Da próxima.